Experiências de Leitura
Olá caros colegas.
Apesar de ter um gosto bem
apurado pela boa leitura, minha trajetória nesse percurso vai um pouco
na contramão dos trajetos de que conheço.
Ainda no ensino
ginasial (anos finais do fundamental de hoje), tive professores muito
bons, apesar de tradicionais. Mas uma professora marcou-me profundamente
pela péssima introdução de leitura imposta a nós, alunos de 6ª série
(7° ano atual). Durante o ano, ela sorteou várias obras como forma de
rodízio para leitura, ótimas por sinal, porém inadequadas para crianças
como nós, ainda mais que éramos obrigados a fazer uma prova, estilo
questionário sobre as leituras. As obras eram, "Vidas Secas - Graciliano
Ramos", a primeira que li (traumática), "O fogo morto - José Lins do Rego"
e "A escrava Isaura - Bernardo Guimarães". A terceira eu não passei da
décima página, os dois primeiros li, mas confesso que faz poucos anos
que pude notar a riqueza de suas palavras, falando sobre o regionalismo
nordestino genuíno, imposto de forma errônea para garotos que mal
entendiam a sua própria realidade.
Apesar de tudo, não tive
nenhum trauma, pois sabia que existiam outras leituras prazerosas, como
as famosas revistas "ciência hoje", a série vagalume e uns livrinhos de
como as coisas funcionam... Passava horas entretido na biblioteca, local
de respeito e silêncio absolutos na época.
Os tempos mudam e
as pessoas, como bons produtos da evolução, se adaptam. Hoje, as
leituras vão desde a pesquisa de um simples verbete nas "wiks" da vida,
até algo dinâmico como uma mensagem num palco de show, que contam com um
aparato multimídia capaz de imprimir impacto nos corações e fazer
brotar lágrimas dos olhos dos fãs...